Modernices

Pois é, passa-se algo de realmente muito estranho. Vim a constatar que tenho andado a ser enganado nestes últimos anos.

Tal constatação reporta-se ao facto de possivelmente me estar a acontecer algo que desde há alguns anos pensei que estaria irremediavelmente guardado na gaveta do esquecimento, o nascimento daquilo a que eu chamo o "órgão rígido que guarnece a cavidade bucal de muitos animais e que serve para a preensão ou mastigação". Exactamente, um Dente!

Ora, tendo a minha existência completado quase duas décadas ou mais, vejo agora a minha imagem completamente denegrida e a minha pessoa totalmente humilhada. Um dente?!
Mas ainda há dentes para nascer com esta idade?!
Tomo então a difícil decisão de nomear uma comissão de estudos para avaliar todo e qualquer prejuízo ou dano causado, para que possam ser tomadas as medidas de prevenção necessárias.
Parece-me a mim que não poderei suportar a despesa do acréscimo de pasta de dentes que terei de usar de hoje em diante. Vejo-me assim privado de regalias que antes possuía e que agora nem pontualmente. Perde-se agora o vício de flagelar até ao derramamento de ligeiras quantidades de sangue, a gengiva anterior bucal, aquilo a que eu chamo o "tempero natural" das minhas refeições.

Enfim, esta semana passei a vida nisto, a questionar-me se evidentemente ou não terei algum problema ou atrofio nas concentrações de cálcio. Será que as proteínas transportadoras da membrana fosfolipídica estarão com um défice activo de adenina trifosfato?! Será a que a colagenase se irá mostrar solidária com toda esta situação e irá colaborar em futuras refeições?! Não sei, só sei que desejo ardentemente ver, do início ao fim, um qualquer filme de João César Monteiro de forma a ter o direito de evocá-lo como uma inspiração. (excluindo a Branca das Neves, claro)

P.S.- Para quem não sabe, a colagenase degrada o colagénio do tecido conjuntivo.


A partir de agora, devido a influências Istuartianas (como dizem os brasileiros), também terei o meu peuqueno momento Zen...

Momento Zen- "(...)flagelar até ao derramamento(...)"