sábado, abril 23, 2005

Recoberto e recolhido


Encontro-me de momento, recolhido algures num local que se assemelha a um mosteiro budista, versão zen. Mentalmente estou sentado numa grande escadaria que dá para a cave, com uma máquina de escrever semi-moderna, sobre o meu regaço. Penso em versos, falo em prosa, mas escrevo em norueguês. O que aqui se segue, não é mais do que uma versão musical traduzida para o português descomplexado por duas sandes de queijo e quatro horas de Wrestlemania XXI (que volto a afirmar, é a minha telenovela preferida).
O assunto que me leva, desta vez, a roubar cerca de trinta preciosos minutos ao meu serão pré-Queima das Fitas, remonta há já um par de semanas. Aliás, não só remonta há umas semanas, como tem vindo a ser digerido interiormente ao nível do pensamento. Este assunto ora cresce, ora desincha, mas sem nunca deixar de provocar dinâmicas linhas de pensamento na minha cabeça. Procuro encontrar nas palavras, aquilo que não consigo largar de outra forma.

Experimentem fazer este exercício em casa. No meio de uma conversa refiram a palavra "Bongo", tal como fiz naquele dia. Quais cães de Pavlov, todo e qualquer indivíduo começa (instantaneamente!) a entoar as seguintes palavras:
"Um Bongo, um Bongo, o bom sabor da selva. Em cada pacotinho, uma festa de oito frutos. Ananás, alperce e manga. Laranja, maçã, goiaba. Banana, maracujá, imagina o que isto dá."
Mas é que é sempre! Esteja onde estiver, com quem estiver, sempre que se diz a palavra Bongo, a canção ecoa por todas as cavidades cranianas num raio de 30metros.
Sei que ninguém o diz da boca p'ra fora, mas há sempre um indivíduo (pelo menos um, tem de haver um!) que exterioriza esse sentimento, e a canta orgulhosamente sem preconceitos(normalmente este jovem está de bem com a vida).

Para casa, quero-vos pedir que digam "Bongo" num local público. Vá, sejam parvos. Digam-no num banco, numa repartição das finanças, numa aula da faculdade, mas digam! É importante! É talvez a maior lavagem cerebral de todos os tempos!

Momento zen- "(...) Banana, maracujá. (...)"

Seja quem for que você seja (leitor), aposto que já entoou mentalmente mais de uma vez esta canção enquanto lia este post. Só por isso já valeu a pena, não?!

quinta-feira, abril 21, 2005

The things go by

Hoje apetece-me escrever algo profundo. Estou farto de coisas superficiais que ninguém quer ler. É verdade que isto é um blog, um espaço de brainstorming digital que procede ao culto do Nada, mas é também verdade que as profundezas de um qualquer assunto sobremaneira importante podem roçar os limites do Nada. Ora bem algo me vem atormentando desde há algum tempo, nada mais nada menos, que a publicidade nas paragens de autocarro. Isto, realmente não é assunto novo, até tem feito correr alguma tinta nos mais importantes tablóides interplanetários. Contudo com a minha experiência de Bus Passenger posso dar uma diferente perspectiva. Então é assim:
1º-> Desenganem-se os senhores donos de uma empresa de lingerie quando esperam aumentar as vendas com fotos da Isabel Figueira em lingerie nas paragens! O que acontece é o seguinte: os homens como é evidente estão literalmente a cagar para a marca daquilo e estão, quanto muito, a tentar perceber a real transparência dos tecidos de nariz pregado no vidro protector com um fio de baba a escorrer pelo mesmo abaixo; as senhoras olham para as fotos e pensam: "Hum!! Sim, sim! Com tanta maquilhagem até eu! Pfff!! Tem celulite! Gorda! Deve é ser uma puta e anda com todos!! Galdéria!" e não olham para a marca porque estão demasiadamente preocupadas em tentar não darem a perceber que estão de facto roídas de inveja... Assim, senhores da Triumph, esqueçam...
2º Não adianta porem mais publicidade nas paragens porque agora é que já ninguém liga nenhuma aos anúncios do Jumbo. Depois de vermos a Isabel semi-nua é difícil olhar para um detergente e pensar em compra-lo.
Conclusão: Acabou a publicidade nas paragens pelo menos até porem outra senhora, agora nua, nas vitrines (embora isso não traga benefícios para as empresas).
--- Crónica de grande importância para as PME´s porque lhes abre novas perspectivas de mercado economicamente rentáveis.---

domingo, abril 10, 2005

Obras Incompletas- Vol.I

Neste momento, apetece-me ser auto-irritável (ou pelo menos tentar sê-lo). Não consigo mas não faz mal, tenho uma notícia para vos dar.
Sim, é verdade. Já todos estávamos à espera. Bom, aqui vai...o Sapinho é dono do colégio. Perante esta situação, os dreads estão revoltados porque vão perder o respeito dos betos.
Os betos são bem mais fixes, andam de mota, comem umas miúdas giras e usam pullover's da Sacoor. Os dreads têm uma boys-band, usam o cabelo em pé, e são tudo aquilo que eu odiava quando era miúdo: fazem-me lembrar betos armados em dreads, mas com pinta de quem daqui a dois anos tem cabelo à Playmobil.
Aparte esta ri(v)alidade, preocupa-me que os rastas não tenham um papel mais interventivo nesta situação do que beber batidos de banana e comer saladas de tofu. Pelos vistos, os bifes de soja já não injectam uma boa dose de hormonas frenéticas naqueles rapazes e mais parecem budistas do que comunas. (o que já de si não é mau)

Dito isto, há que salientar que afinal a luta está renhida. A TVI bem que tomou a dianteira mas a SIC não larga a frente do "Quem quer ser a pior televisão portuguesa?".
Ao lançamento do já fenómeno de culto "Zero em comportamento" (agora recheado de estranhos e divertidos apanhados tão espontâneos quanto divertidos, senão atentem no canto inferior direito do vosso televisor), a TVI respondeu com "Fiel ou Infiel". O programa vale a pena ser visto só pelo facto de ouvirmos palavras-pérolas como cretino, sacana, pulha, boi, palerma, malfeitor, bandido e a minha preferida...boi da merda! O resto é secundário...

Com este post, auto-proibo-me de falar sobre séries televisivas nos próximos 4 anos e meio. Até a um próximo post, que deverá ser de cariz alimentar...

Momento Zen- "(...) saladas de tofu (...)"