sábado, outubro 01, 2005

Matar Filipe La Féria e abusar de uma lâmina afiada nele

Odeio musicais e odeio a revista à portuguesa. Odeio o Parque Mayer e o teatro de Variedades.



Estava eu ontem a passar canal ante canal eis que vejo na televisão pública a dar...teatro-revista à portuguesa, essa herança cultural daquilo que foi o nosso Portugal da crítica social e do humor.

A cena que então se via era uma música acompanhada de duas jovens entre os 58 e os 60 anos, vestidas a rigor, uma à Porto, outra Sporting. Cantando. Dançando. Tudo isto com um fino sentido de humor. O riso do público. A crítica social, a sátira ao futebol. Tudo muito sagaz e corrosivo. Sim, eu estava perante um grande momento de televisão.
O brilhante momento de humor, (mais brilhante ainda do que o sorteio desta semana do Euromilhões em que voltou a sair o 50 e o 11), terminou com as duas jovens a dar chutos na bola de uma forma degradante, ainda mais do que as camisolas fortemente enterradas pelos calções a dentro. Calções esses que ameaçavam a qualquer momento enfiarem-se pelos queixos acima das moças de tão ambiciosos que pareciam ser.

Então o que se passa é o seguinte, já não suporto as reinvidicações do senhor La Féria para renascer o teatro-revista, os apelos ao apoio do estado para os musicais, o renascer do Parque Mayer. Por favor, há um tempo para tudo e, se há coisa que o teatro revista não tem, é jovialidade e frescura. Empalem o José Raposo, ou então dêem-lhe um papel de padeiro humilde em mais uma das super-produções da TVI e acima de tudo, chamem-lhe algo entre o rústico Alfredo e o sempre útil mas não em demasia, Sr.Albino.

Tristemente vos digo que todo este revivalismo revistista apenas me faz lembrar aqueles palhaçoes velhos e tristes que em tempos não o foram. Há que saber dar lugar no tempo, às coisas do seu tempo

O que a gente quer é votar dia 9 de Outubro (que não no Bloco...e na Fátima), e voltar a ver o macabro/diabólico Badaró com a sua self-made Badarólândia.

P.S.- Diga-se que ainda hoje sinto arrepios, tremores e suores frios só de pensar nos tons, nos cenários, e nas vozes das criaturinhas que por lá apareciam. No Badaró, lá está... :) (e digam lá que este smile não é fofo)

3 comentários:

biZarre disse...

teatro revista aghhhhh
simplesmente detestavel! o felipe la féria bem que podia ser mandado para o Katrina..

behave :p

Unknown disse...

O Lá Féria Não tem nada a ver com a Revista, não faz Revista,como actor nunca trabalhou na Revista e, ODEIA a Revista.
Portanto não misturem o Lá Féria com a Revista, porque ela (a Revista) não merece!
Voces devem ser muito jovens para não saberem isto.
Beijinhos

Unknown disse...

Plenamente de acordo não sou do tempo da revista mas sou grande admiradora de todo o movimento cultural do Parque Mayer,informa-te mais e verás que talvez percebas o que foi e poderia vir a ser. mas dou te razão quando falas de filipe la feria ele de todo não é desses tempos e não engloba um movimento artistico. mas sim uma ditadura estetica de espectaculo popular comercial.